12.10.10
Não me lembro quando foi a última vez que confiei fielmente em alguém.
Não tenho dado as mãos, nem um dedo sequer, pra quem me pede.
Queria lembrar a última vez que consegui fazer isso, de me entregar sem medo, de ir e voltar e saber que você continuaria no mesmo lugar.
De fechar os olhos e abrir só quando chegar, deixando outra pessoa guiar.
Hoje não, não sei como fazer. Nem sei se um dia soube.
Uma vez me disseram, quer dizer, me deram um tapa na cara, falando que não podemos carregar todas as bagagens quando partimos pra uma nova viagem. Acho que foi o fato de eu ser uma das bagagens que não foram levadas, que me faz exigir tanto que as pessoas que chegam também não tragam nenhuma.
Eu, nem se coubessem, no vagão do trem que vim, as levaria.
Parto de uma vez, queria que fizessem o mesmo.
Partissem claro e limpo, pra mim.
Não tenho dado as mãos, nem um dedo sequer, pra quem me pede.
Queria lembrar a última vez que consegui fazer isso, de me entregar sem medo, de ir e voltar e saber que você continuaria no mesmo lugar.
De fechar os olhos e abrir só quando chegar, deixando outra pessoa guiar.
Hoje não, não sei como fazer. Nem sei se um dia soube.
Uma vez me disseram, quer dizer, me deram um tapa na cara, falando que não podemos carregar todas as bagagens quando partimos pra uma nova viagem. Acho que foi o fato de eu ser uma das bagagens que não foram levadas, que me faz exigir tanto que as pessoas que chegam também não tragam nenhuma.
Eu, nem se coubessem, no vagão do trem que vim, as levaria.
Parto de uma vez, queria que fizessem o mesmo.
Partissem claro e limpo, pra mim.
5.9.10
Chegar em casa é minha luta constante, de todos os dias.
A casa pode estar cheia, mas sou solitária desde sempre. Não me agrada muitas companhias.
Os momentos que passo nessa metrópole-megaloníaca-apaixonante - a meus olhos - são os melhores das minhas 24hrs.
E acho que toda essa beleza que eu enxergo, todos os dias, parece muito com você. Tenho certeza que olhas tudo ao redor, com a mesma paixão com que eu vejo. Vejo a fumaça, a torre, a praça, a velha, a estante, a mesa, a cor. Poderíamos então, não voltar pra casa. Poderíamos então transformar nossos horizontes, em um só. Mesmo tudo isso sendo um caos. O tempo cada vez mais seco, as pessoas também.
Se isso for mais difícil do que voltar pra casa, paro entre a fumaça, a torre, a praça, a velha, a estante, a mesa, a cor e espero. Espero...
A casa pode estar cheia, mas sou solitária desde sempre. Não me agrada muitas companhias.
Os momentos que passo nessa metrópole-megaloníaca-apaixonante - a meus olhos - são os melhores das minhas 24hrs.
E acho que toda essa beleza que eu enxergo, todos os dias, parece muito com você. Tenho certeza que olhas tudo ao redor, com a mesma paixão com que eu vejo. Vejo a fumaça, a torre, a praça, a velha, a estante, a mesa, a cor. Poderíamos então, não voltar pra casa. Poderíamos então transformar nossos horizontes, em um só. Mesmo tudo isso sendo um caos. O tempo cada vez mais seco, as pessoas também.
Se isso for mais difícil do que voltar pra casa, paro entre a fumaça, a torre, a praça, a velha, a estante, a mesa, a cor e espero. Espero...
Quis, quis sim. Depois de tanto tempo. De tantas tentativas. Todas elas, desajeitadas, errôneas.
Quis, quis sim. Quis ser a tua paz. Quis que fosses meu recomeço. Quis que ambas, fossem seu ponto final.
Quis, quis sim. Quis que fosse um dos meus extremos. Quis que não tivesse me oferecido essas raspas. Quis que me oferecesse por inteiro. Quis que você não fosse só metade. Só restos.
Quis, quis ser o seu excesso.
Quis, quis sim.
jun/2010.
Quis, quis sim. Quis ser a tua paz. Quis que fosses meu recomeço. Quis que ambas, fossem seu ponto final.
Quis, quis sim. Quis que fosse um dos meus extremos. Quis que não tivesse me oferecido essas raspas. Quis que me oferecesse por inteiro. Quis que você não fosse só metade. Só restos.
Quis, quis ser o seu excesso.
Quis, quis sim.
jun/2010.
7.8.10
Me lembro da rede que os meus pais tinham na primeira casa que moramos, era uma das minhas poucas diversões.
Até que um dia, pedi pra filha da amiga da minha vó que trabalhava com a minha mãe que não era casada com o meu pai, que me empurrasse lá em cima, bem alto. Colocando as pernas pra dentro, cruzadas, as mãos seguravam firmemente o tecido, que mantinha as cores: amarelo, laranja e vermelho, como um dia de sol.
Desculpem-me, mas se fazia sol ou não naquele dia, não me lembro.
Nas lembranças, tenho apenas o céu como um toldo fechando o espaço entre eu a menina a rede laranja amarela e vermelha sem mais nada em volta existir.
Até que... cai.
Cai querendo tocar o céu, que não sei nem que cor tinha.
Ou ainda, minto, a rede ficava num espaço fechado, queria só tocar o teto.
Até que um dia, pedi pra filha da amiga da minha vó que trabalhava com a minha mãe que não era casada com o meu pai, que me empurrasse lá em cima, bem alto. Colocando as pernas pra dentro, cruzadas, as mãos seguravam firmemente o tecido, que mantinha as cores: amarelo, laranja e vermelho, como um dia de sol.
Desculpem-me, mas se fazia sol ou não naquele dia, não me lembro.
Nas lembranças, tenho apenas o céu como um toldo fechando o espaço entre eu a menina a rede laranja amarela e vermelha sem mais nada em volta existir.
Até que... cai.
Cai querendo tocar o céu, que não sei nem que cor tinha.
Ou ainda, minto, a rede ficava num espaço fechado, queria só tocar o teto.
como em uma oração
que meus encantos encantem.
que minhas delicadezas comovam.
que meu silêncio não ensurdeça.
que minhas delicadezas comovam.
que meu silêncio não ensurdeça.
31.7.10
Transbordando
Pelas bordas, por cima...
Esparramam-se.
Derramando singularidades e breves junções.
Das quais ainda não cabem aqui.
Os textos permancem como meus, e só.
Esparramam-se.
Derramando singularidades e breves junções.
Das quais ainda não cabem aqui.
Os textos permancem como meus, e só.
24.6.10
Oi coração.
Faz tanto tempo que não escrevo cartas, mas hoje resolvi abrir uma exceção.
Resolvi te escrever, por simples sussego de minha consciência. Tentar tirar o peso que habita em você.
Lembra quando te pedi pra ficar calado, e você não ficou? Então, teus gritos voaram por todos os ventos, ultrapassaram as quatro paredes que me cercavam, derrubou os muros que tive tanto trabalho pra construir. Você, bem sabe, como é difícil reconstruí-los. Quase impossível. Quase.
Lembra quando te pedi pra ser amiga da razão? Pois bem, ela em seu nível mais alto de torpor, resolveu te deixar como dona das piores decisões. De racional, ela não tem nada. Bem sabemos que você não era capaz de decisões corretas.
Mais uma vez, caimos no mesmo buraco, fomos pegos pela mesma ratoeira.
Vai, grita agora.
Agora que eu preciso, ficas calado? De silêncios já estou esgotada. De metáforas já me entupiram até os poros. De despedidas já passaram dos números de carneirinhos que conto toda a noite antes de dormir.
Vai, tira esse peso de nós.
Quero prender em você quem eu sei que é parecido contigo, coração. Já escaparam muitos pelos meus dedos e por tuas artérias.
Bom, fico por aqui. Assinarei igual faço nas centenas de e-mails que mando todos os dias, pra quem sabe, me respondas com a mesma velocidade que eles voltam pra mim.
Aguardo retorno.
PS.: Não me ache ingênua por te escrever, já te sinto mais leve.
Faz tanto tempo que não escrevo cartas, mas hoje resolvi abrir uma exceção.
Resolvi te escrever, por simples sussego de minha consciência. Tentar tirar o peso que habita em você.
Lembra quando te pedi pra ficar calado, e você não ficou? Então, teus gritos voaram por todos os ventos, ultrapassaram as quatro paredes que me cercavam, derrubou os muros que tive tanto trabalho pra construir. Você, bem sabe, como é difícil reconstruí-los. Quase impossível. Quase.
Lembra quando te pedi pra ser amiga da razão? Pois bem, ela em seu nível mais alto de torpor, resolveu te deixar como dona das piores decisões. De racional, ela não tem nada. Bem sabemos que você não era capaz de decisões corretas.
Mais uma vez, caimos no mesmo buraco, fomos pegos pela mesma ratoeira.
Vai, grita agora.
Agora que eu preciso, ficas calado? De silêncios já estou esgotada. De metáforas já me entupiram até os poros. De despedidas já passaram dos números de carneirinhos que conto toda a noite antes de dormir.
Vai, tira esse peso de nós.
Quero prender em você quem eu sei que é parecido contigo, coração. Já escaparam muitos pelos meus dedos e por tuas artérias.
Bom, fico por aqui. Assinarei igual faço nas centenas de e-mails que mando todos os dias, pra quem sabe, me respondas com a mesma velocidade que eles voltam pra mim.
Aguardo retorno.
PS.: Não me ache ingênua por te escrever, já te sinto mais leve.
11.6.10
28.5.10
19.5.10
Não sei se minhas reticências lhe assustaram
ou se suas milhares de vírgulas me pausaram;
vice-versa, talvez.
Sei que quis fazer parte das tuas rimas,
quis juntar nossos devaneios em um só.
Mas não vou mendigar teus afagos,
muito menos tuas prosas.
Pena seus versos não serem meus;
mas meu bem, eu lhe juro,
quis que os meus fossem teus.
ou se suas milhares de vírgulas me pausaram;
vice-versa, talvez.
Sei que quis fazer parte das tuas rimas,
quis juntar nossos devaneios em um só.
Mas não vou mendigar teus afagos,
muito menos tuas prosas.
Pena seus versos não serem meus;
mas meu bem, eu lhe juro,
quis que os meus fossem teus.
(...) mas eu não deixava de sentir que alguma coisa fundamental era comum a nós, um tipo de ferida original - há pouco eu falava de "experiência fundadora": a experiência da insegurança. A natureza desta não era a mesma para você e para mim. Não importa: para ambos, ela significava que não tínhamos um lugar assegurado no mundo, e só teríamos aquele que fizéssemos para nós. Nós tínhamos de assumir a nossa autonomia, e eu descobriria em seguida que você estava muito mais preparada para isso do que eu. (André Gorz)
Eu não quero pensar mais nisso. Diga alguma coisa.
Eu não quero pensar mais nisso. Diga alguma coisa.
11.5.10
Recaídas
Acordei mais cedo que o habitual, resolvi mudar o caminho e já quase entrando no metrô encontrei uma loja de móveis antigos, lembrei de você. Olhando bem a vitrine por alguns minutos, lembrei de mim. Me senti egoísta, confesso. A única vontade durante os momentos que ali fiquei, foi de que você também tivesse a mesma visão que a minha. Continuei olhando, querendo tocar todos os meticulosos detalhes daquelas peças, de repente percebi, que enquanto me perguntava, porque diabos ainda não tinha entrado, a dona do local me olhava com o semblante de alguém que puxava na memória uma cena igual aquela. Enquanto nossos olhares tímidos se cruzavam, via pelos seus traços, que devia fazer aquilo todos os dias enquanto limpava o espelho da penteadeira, a mesma que ficava mais no fundo, sem preço algum, provavelmente não queria vendê-la, enfim, devia se olhar ali todas as manhãs e lembrar de como estava o tempo naquele dia, como era forte o inverno e o vento que transpassava suas roupas, chegando a rasgar sua pele, penso que tenha sido a última vez que se sentiu realmente viva. Como em um estalo acordei, desviei daquele olhar tão familiar e resolvi prosseguir. No caminho estreito que passava, deixei que Sia gritasse no meu ouvido frases como: "I have been here many times before, hurt myself again today and, the worst part is there's no-one else to blame", se não era exatamente isso, era parecido. Que seja, sem perceber, tropecei, cai e diferente das outras vezes, senti, o pior de tudo: eu senti! Mas com uma sutil diferença, pois não havia vento cortando ou me acordando, infelizmente, pois eu tinha me esquecido... ainda era começo de verão.
30.4.10
Se reconheceram no primeiro instante, tão diferentes, porém, internamente iguais.
Mas antes desse instante, tinham lhe avisado do mal que rondava o lugar e da escuridão que habitava aquele ser. Não teve oportunidade de explicação.
Foi só corpo, sem alma, sem sentido.
Tentou avisar, na verdade, avisou lhe claramente, o que começa mal, pode terminar, muitas vezes, pior. Não deu ouvidos. Continuou, e preveu o final, mas mesmo assim arriscou.
Mais uma vez arriscou.
Se já sabemos como sucedem os próximos acontecimentos, por que continuamos?
Cansadas, exaustas, quebradas. Na fase do pior, disseram adeus, como previsto. Não cairam devagar, cairam rápido demais.
Sendo assim, outra queda, outro tentar levantar.
Parece uma piada, somente uma brincadeira.
Caso venha prever algo mais, me avise e nem comece.
Chega-se um tempo em que não somos mais feitos de pedaços reconstituíveis.
Eu já não sou.
Mas antes desse instante, tinham lhe avisado do mal que rondava o lugar e da escuridão que habitava aquele ser. Não teve oportunidade de explicação.
Foi só corpo, sem alma, sem sentido.
Tentou avisar, na verdade, avisou lhe claramente, o que começa mal, pode terminar, muitas vezes, pior. Não deu ouvidos. Continuou, e preveu o final, mas mesmo assim arriscou.
Mais uma vez arriscou.
Se já sabemos como sucedem os próximos acontecimentos, por que continuamos?
Cansadas, exaustas, quebradas. Na fase do pior, disseram adeus, como previsto. Não cairam devagar, cairam rápido demais.
Sendo assim, outra queda, outro tentar levantar.
Parece uma piada, somente uma brincadeira.
Caso venha prever algo mais, me avise e nem comece.
Chega-se um tempo em que não somos mais feitos de pedaços reconstituíveis.
Eu já não sou.
28.4.10
21.4.10
É esquisito, mas sempre orientei minha vida nesse sentido — o de não ter laços, o da independência, de poder cair fora na hora que quisesse.
(...)
Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho.
(...)
... anyway, que aconteça, que deixe marcas boas ou más, lembranças, tristes ou alegres, n'importe quoi. Que deixe material para o baú da memória, penso sempre assim, até nas maiores saias justas...
(cfa)
(...)
Por isso eu acho que a gente se engana, às vezes. Aparece uma pessoa qualquer e então tu vai e inventa uma coisa que na realidade não é. E tu vai vivendo aquilo, porque não agüenta o fato de estar sozinho.
(...)
... anyway, que aconteça, que deixe marcas boas ou más, lembranças, tristes ou alegres, n'importe quoi. Que deixe material para o baú da memória, penso sempre assim, até nas maiores saias justas...
(cfa)
17.4.10
9.4.10
A verdade é que ainda martela na minha cabeça.
Creio ser normal, as vezes o perfume que ronda sonhos, as vezes as notas que me levam a palavras ditas, prometidas.
Mas já não choro mais.
Cessou.
Já me sinto liberta e pronta pra compartilhar-me com alguém.
Um passo de cada vez, jã não me atiro, já não sinto tanto assim.
Pois a única saudade que tenho agora, é de mim.
Creio ser normal, as vezes o perfume que ronda sonhos, as vezes as notas que me levam a palavras ditas, prometidas.
Mas já não choro mais.
Cessou.
Já me sinto liberta e pronta pra compartilhar-me com alguém.
Um passo de cada vez, jã não me atiro, já não sinto tanto assim.
Pois a única saudade que tenho agora, é de mim.
3.4.10
Traduz bem:
I felt you in my legs before I even met you
And when I layed beside you for the first time
I told you
Te sinto no meu coração, e nem mesmo te conheço
Now we're saying
Bye, bye, bye
Now we're saying bye
Bye, bye
I was nineteen, call me
Te senti em minha vida, antes mesmo de pensar nisso
Felt the need to lay down beside you
And tell you
I feel you in my heart, and I don't even know you
E agora estamos dizendo
Adeus, adeus, adeus
Now we're saying bye
Bye, bye
I was nineteen, call me
I was nineteen, call me
Flew home, back to where we met
Stayed inside I was so upset
Eu preparei um plano, tão bom exceto por
Eu estar completamente sozinha
You were all I had
Love you
Você era toda minha
Love me
I was yours right?
Eu era sua, certo?
I was nineteen, call me
I was nineteen, call me
Eu ainda tento de todas as formas, encontrar em mim, o que eu perdi com você.
Que tenham paciência, pois nem eu mesma tinha visto tamanha cicatriz (...)
I felt you in my legs before I even met you
And when I layed beside you for the first time
I told you
Te sinto no meu coração, e nem mesmo te conheço
Now we're saying
Bye, bye, bye
Now we're saying bye
Bye, bye
I was nineteen, call me
Te senti em minha vida, antes mesmo de pensar nisso
Felt the need to lay down beside you
And tell you
I feel you in my heart, and I don't even know you
E agora estamos dizendo
Adeus, adeus, adeus
Now we're saying bye
Bye, bye
I was nineteen, call me
I was nineteen, call me
Flew home, back to where we met
Stayed inside I was so upset
Eu preparei um plano, tão bom exceto por
Eu estar completamente sozinha
You were all I had
Love you
Você era toda minha
Love me
I was yours right?
Eu era sua, certo?
I was nineteen, call me
I was nineteen, call me
Eu ainda tento de todas as formas, encontrar em mim, o que eu perdi com você.
Que tenham paciência, pois nem eu mesma tinha visto tamanha cicatriz (...)
18.3.10
- Está muito apaixonada por ele? - perguntou afinal. Ela não respondeu logo.
Corria o olhar pela paisagem.
- Quem me dera saber! - disse enfim.
Lorde Wotton meneou a cabeça.
- Saber seria fatal. Na incerteza é que está o encanto. O nevoeiro dá às coisas aspectos maravilhosos.
- Mas a gente pode errar o caminho.
- Todos os caminhos vão dar ao mesmo ponto, Gladys.
- Qual é...?
- A desilusão.
A little bit of Lord Henry.
Corria o olhar pela paisagem.
- Quem me dera saber! - disse enfim.
Lorde Wotton meneou a cabeça.
- Saber seria fatal. Na incerteza é que está o encanto. O nevoeiro dá às coisas aspectos maravilhosos.
- Mas a gente pode errar o caminho.
- Todos os caminhos vão dar ao mesmo ponto, Gladys.
- Qual é...?
- A desilusão.
A little bit of Lord Henry.
7.2.10
How could you be so heartless?
É esse gelo por dentro que eu não consigo entender. Você se doou tanto quando eu não pedia, e no momento em que pela primeira vez pedi, você negou, você fugiu. É esse seu bloqueio de aço encouraçando o silêncio, eu não consigo entender.
Cfa continua embalando todo o roteiro dos dias.
(...) Continuo com a mesma resposta. Meu Deus, como é difícil. Jogar no fundo de uma gaveta qualquer. Parece que os pensamentos sempre voltam pra um mesmo precipício. Aquele, sobre o qual, a gente viveu.
Porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete - depois que me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe.
Cfa continua embalando todo o roteiro dos dias.
(...) Continuo com a mesma resposta. Meu Deus, como é difícil. Jogar no fundo de uma gaveta qualquer. Parece que os pensamentos sempre voltam pra um mesmo precipício. Aquele, sobre o qual, a gente viveu.
Porque é começo de verão e o suor que escorre pelo meu corpo começa a molhar as mãos e a dissolver a tinta das letras no bilhete - depois que me deixou, como ia dizendo, dei para beber, como é de praxe.
7.1.10
Com o passar do tempo, foi aos poucos se cansando desse exercício. Começou a achar cada vez mais exaustivas essas tentativas de evocar, de desenterrar, de ressuscitar mais uma vez o que há muito tinha morrido. Na verdade, anos mais tarde, chegaria o dia em que não choraria mais por essa perda. Ao menos, não tanto, não tão constatemente. Chegaria o dia em que os detalhes daquele rosto começariam a escapar às garras da memória (...) Não sentiria tanta falta dele como agora, quando a dor de sua ausência não a deixava em paz por um momento sequer - como a dor fantasma de um membro amputado.
Khaled Hosseini - a cidade do sol
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