28.5.10
19.5.10
Não sei se minhas reticências lhe assustaram
ou se suas milhares de vírgulas me pausaram;
vice-versa, talvez.
Sei que quis fazer parte das tuas rimas,
quis juntar nossos devaneios em um só.
Mas não vou mendigar teus afagos,
muito menos tuas prosas.
Pena seus versos não serem meus;
mas meu bem, eu lhe juro,
quis que os meus fossem teus.
ou se suas milhares de vírgulas me pausaram;
vice-versa, talvez.
Sei que quis fazer parte das tuas rimas,
quis juntar nossos devaneios em um só.
Mas não vou mendigar teus afagos,
muito menos tuas prosas.
Pena seus versos não serem meus;
mas meu bem, eu lhe juro,
quis que os meus fossem teus.
(...) mas eu não deixava de sentir que alguma coisa fundamental era comum a nós, um tipo de ferida original - há pouco eu falava de "experiência fundadora": a experiência da insegurança. A natureza desta não era a mesma para você e para mim. Não importa: para ambos, ela significava que não tínhamos um lugar assegurado no mundo, e só teríamos aquele que fizéssemos para nós. Nós tínhamos de assumir a nossa autonomia, e eu descobriria em seguida que você estava muito mais preparada para isso do que eu. (André Gorz)
Eu não quero pensar mais nisso. Diga alguma coisa.
Eu não quero pensar mais nisso. Diga alguma coisa.
11.5.10
Recaídas
Acordei mais cedo que o habitual, resolvi mudar o caminho e já quase entrando no metrô encontrei uma loja de móveis antigos, lembrei de você. Olhando bem a vitrine por alguns minutos, lembrei de mim. Me senti egoísta, confesso. A única vontade durante os momentos que ali fiquei, foi de que você também tivesse a mesma visão que a minha. Continuei olhando, querendo tocar todos os meticulosos detalhes daquelas peças, de repente percebi, que enquanto me perguntava, porque diabos ainda não tinha entrado, a dona do local me olhava com o semblante de alguém que puxava na memória uma cena igual aquela. Enquanto nossos olhares tímidos se cruzavam, via pelos seus traços, que devia fazer aquilo todos os dias enquanto limpava o espelho da penteadeira, a mesma que ficava mais no fundo, sem preço algum, provavelmente não queria vendê-la, enfim, devia se olhar ali todas as manhãs e lembrar de como estava o tempo naquele dia, como era forte o inverno e o vento que transpassava suas roupas, chegando a rasgar sua pele, penso que tenha sido a última vez que se sentiu realmente viva. Como em um estalo acordei, desviei daquele olhar tão familiar e resolvi prosseguir. No caminho estreito que passava, deixei que Sia gritasse no meu ouvido frases como: "I have been here many times before, hurt myself again today and, the worst part is there's no-one else to blame", se não era exatamente isso, era parecido. Que seja, sem perceber, tropecei, cai e diferente das outras vezes, senti, o pior de tudo: eu senti! Mas com uma sutil diferença, pois não havia vento cortando ou me acordando, infelizmente, pois eu tinha me esquecido... ainda era começo de verão.
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